Outro dia, ao conversar com a minha terapeuta sobre educação e sociedade ela me falou do conceito de prazer contraposto a obrigação.
Então, anotei em meu caderno a seguinte pergunta: o que vem primeiro: a obrigação ou prazer?
Como já comentei por aqui, sempre fui atleta e pratiquei esportes durante toda minha adolescência.
Primeiramente foi o ballet, seguido do nado sincronizado, passando pelo judô, vôlei e terminando no polo aquático.
Todos esses esportes me trouxeram diversos benefícios, contribuindo para amenizar os efeitos de uma renite alérgica, me ensinando a importância do trabalho em equipe e construindo minha postura competitiva e determinada.
Nessa fase, me lembro de ter prazer em todas essas atividades, umas mais do que outras, porém também tenho a recordação de considerar que essa prática era uma obrigação, assim como ir à escola.
E ao pensar sobre a educação das crianças e como isso influencia a forma como os adultos se relacionam com trabalho me deparei com o dilema proposto pela minha terapeuta. Afinal o que vem primeiro?
É possível priorizar o prazer?
Essa é uma pergunta relevante. Vivemos em uma sociedade onde estamos sempre adiando o prazer, precisamos trabalhar muito, produzir, entregar resultados e só depois merecemos aproveitar a vida.
Mas e o prazer da jornada?
Se observarmos com mais presença e consciência tudo que fazemos podemos começar a sentir prazer agora e não depois.
Respirar por exemplo. Quantas vezes temos consciência da nossa respiração? Respiramos por obrigação, pois se não respirarmos morreremos. Mas já tentou prestar atenção na sua respiração e verificar o prazer que é respirar?
A mesma coisa acontece com o banho, a escovação dos dentes, a alimentação e até os exercícios físicos.
Se passarmos a viver o presente de forma mais intencional sentiremos prazer em todas as nossas ações e atividades.
Passaremos a nos conectar com nós mesmos e perceber as sensações que tudo que fazemos causa em nossa mente e em nossas emoções.
Porém, com a correria do dia a dia somos engolidos pelas demandas profissionais e as vezes familiares e perdemos o prazer nas pequenas coisas, entramos no modulo automático.
Se não sentimos prazer nas atividades é quase que biológico entramos no módulo automático, nosso cérebro faz isso para poupar energia.
Mas, precisamos parar e respirar!
Precisamos entender que adiar o prazer está colocando nossa vida em risco.
Começar pode não ser fácil. Mas comece pela respiração, pelo seu banho, pela sua alimentação, coisas que você já faz todos os dias, mas sem nenhum prazer.
Não vale, fazer tudo correndo querendo concluí-los com a maior brevidade possível, hein!?
Você vai começar a perceber que há coisas que fazemos por obrigação e há outras que fazemos por prazer. Mas que muitas coisas podem nos trazer prazer após serem feitas por obrigação.
Como priorizar o prazer?
“Marcha com o pé direito para as tuas obrigações e com o pé esquerdo para os teus prazeres.” (Pitágoras)
Temos que parar de passar a vida inteira fazendo muitas coisas por obrigação à espera do que nos proporcionará prazer. E isso deve mudar não só nas nossas vidas, mas também na educação de nossos filhos.
Muitas vezes falamos para as crianças, que elas tem que comer legumes e vegetais para, depois, saborear uma gostosa sobremesa. Isso passa uma mensagem errada. Devemos estimulá-las a sentir prazer em toda a sua alimentação.
A mesma coisa se repete quando obrigamos nossos filhos a estudarem para depois poderem brincar, será que não dá para tornar o estudo divertido?
Aqui na Revista da Carreira nosso lema é se não for para ser prazeroso nem começamos.
Nós precisamos virar a chave da nossa forma de pensar sobre as nossas atividades. Precisamos aprender a aproveitar a jornada tanto quanto o destino. Precisamos aprender a fazer isso hoje e agora.
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Sou casada e tenho um filho de 7 anos. Advogada, trabalho como Diretora Corporativa de uma empresa de grande porte do mercado imobiliário, onde lidero as áreas Jurídica e Compliance. A minha rotina é dividida entre o RJ e SP, mas também viajo a trabalho para diversas cidades do país. Gosto muito do meu dia a dia e na minha caminhada aprendi com as melhores referências do mercado e posso ajudar vocês também. Sou atraída por desafios que mudem o status quo e adoro experimentar coisas novas.